Tsethar, a pratica budista de salvar vidas



Liberação da vida, ou "tsethar" em tibetano, é uma prática budista de salvar e preservar vidas nas tradições Theravada e Mahayana. Ao comprar animais que estão destinados a serem mortos e liberá-los em seu habitat natural, colocamos a compaixão em ação. Infelizmente, na maioria das vezes, dificilmente percebemos que como seres humanos temos essa oportunidade preciosa.

Embora cada vida seja preciosa, o processo de viver inevitavelmente nos faz tirar a vida de outros seres vivos. Nós não podemos evitar completamente essa situação, porque enquanto caminhamos, respiramos, comemos e assim por diante causamos a morte de muitas criaturas. No entanto, podemos cultivar a atenção e tentar reduzir ao máximo o prejuízo a outras formas de vida.

Podemos também oferecer o dom da vida e proteção a ela através da prática de liberação. Não importa qual o nosso estilo de vida, nós podemos fazer essa prática. Isso beneficia aqueles que oferecem o dom da vida, bem como aqueles que o recebem. E independentemente da religião que praticamos, seus resultados serão reforçados se a prática for realizada com uma aspiração de que todos os seres, sem exceção, desfrutem de felicidade e uma vida livre de qualquer dano. 

O Grande Compassivo, Buda, ensinou que salvar a vida de um ser vivo é a ação mais benéfica entre todas as boas ações. De acordo com a tradição budista Mahayana, todos os seres sencientes já foram nossos pais. Isso se baseia na crença de nascimentos e renascimentos nos reinos do Samsara, e é aí que reside a base para o tratamento de todos os seres com compaixão e simpatia.

No budismo, a prática tem dois aspectos: 1. O ato de salvar vidas, 2.As bençãos das orações que acompanham a liberação.


Dilgo Khyentse Yangsi Rinpoche, liberando lagostas.
(foto de Matthieu Ricard)

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