Lembrando Manoel Vidal


Homenagem do Chagdud Gonpa ao Manoel Vidal

Estimada sangha e amigos,
Perdemos um grande amigo na semana passada — Manoel Vidal morreu inesperadamente na sexta-feira, 21 de julho. Por mais que, como praticantes budistas, contemplemos a impermanência e a morte, às vezes nos custa acreditar nas notícias, ou aceitá-las. Eu achava que o Manoel seguiria envelhecendo com elegância, um sábio de cabelos prateados, radiante na devoção por seus professores, orientando a nova geração com uma combinação de conhecimento budista e sabedoria profundamente integrados e o ‘jeitinho brasileiro’.

Minhas lembranças do Manoel remontam ao período em que Chagdud Tulku Rinpoche e eu fizemos uma longa viagem pelo Brasil em 1994, minha primeira viagem. Manoel, como tradutor e organizador dos eventos, era atento a cada detalhe. Aquele foi um momento crucial, pois Rinpoche precisava decidir se seria um lama visitante ou se assumiria um compromisso completo, mudando-se no Brasil. Manoel e outros naquele primeiro círculo de pessoas próximas da sangha ofereceram devoção, prática sólida e serviço, além de muita alegria. Rinpoche deixou sua mandala confortável na América do Norte e fundou o Chagdud Gonpa Brasil.

Muitos desses primeiros alunos estavam no Khadro Ling para o drubchen da Essência do Sidi e, inspirados por Bel Pedrosa, querida amiga do Manoel, nos reunimos para lembrar os detalhes do que ele realizou. As especificidades de datas, nomes e eventos tendem a se dissolver no espaço com o passar do tempo. Porém, nosso afeto e apreço pelas qualidades do Manoel ― sua generosidade altruísta, seu olhar visionário, suas habilidades advocatícias, sua capacidade como tradutor e seu imenso amor pelos ensinamentos budistas ― não se dissipam. Tal como uma dedicação de mérito suprema, eles infundem a sangha e os seres sencientes com virtude e sabedoria duradouras.

Chagdud Khadro
Chokhor Duchen
27 de julho de 2017

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